Empresas do setor tecnológico apostam em práticas para garantir respeito e diversidade entre colaboradores

Há pouco mais de um mês, a Uber concordou em divulgar regularmente uma métrica de diversidade na empresa. A iniciativa foi uma resposta à ação movida por três engenheiras de software contra a Uber alegando que o sistema de remuneração e promoção da empresa favorecia funcionários homens e brancos. Elas representaram 420 funcionários que se identificaram como mulheres ou negros. No Brasil, denúncias de machismo, assédio e racismo nas empresas não são novidade. Mas algumas ações diferenciadas prometem ajudar nos quesitos de diversidade e respeito no cenário das empresas de tecnologia.

A Involves, empresa desenvolvedora do software para gestão de trade marketing Agile Promoter, promove trimestralmente uma conversa com a equipe — chamada internamente de Cíclica. A primeira deste ano foi sobre respeito, reforçando a importância de evitar qualquer tipo de preconceito dentro dos times. Além disso, lançou no mesmo período o Open Line, um canal anônimo de comunicação direta com a área de Pessoas, para os colaboradores se sentirem à vontade para expor situações que não fazem sentido com a cultura organizacional da empresa e que tenham gerado desconforto.  "A ideia é combater, além do assédio, preconceitos de uma forma geral, sem levantar bandeiras. Felizmente o Open Line ainda não foi utilizado — com sua criação e o debate na Cíclica, a equipe está mais consciente", diz Thuany Schutz, gerente da área de Pessoas.

 Com sede na capital catarinense e filial em São Paulo (SP), a Involves foi eleita em 2017 como a melhor empresa para trabalhar em Santa Catarina pelo Great Place to Work (GPTW) entre as pequenas, além de ocupar a terceira posição no ranking nacional de tecnologia. A conquista é baseada em políticas inovadoras voltadas à qualidade de vida, motivação e cultura. No mesmo ano, a equipe cresceu 55% e chegou a 140 "involvidos".

 A Softplan, uma das principais empresas de software de Santa Catarina, também realiza ações relacionadas a respeito e diversidade entre os colaboradores. A empresa passou a fazer parte do grupo de companhias signatárias do Pacto Global das Nações Unidas há um ano. A iniciativa da ONU reúne a comunidade empresarial em torno de práticas de negócios que valorizam os direitos humanos, as relações de trabalho, o meio ambiente e o combate à corrupção.

Desde que aderiu à iniciativa, em 2017, a Softplan promoveu algumas ações de destaque nos quesitos de preservação do meio ambiente, desenvolvimento da responsabilidade socioambiental, combate à corrupção, incentivo ao uso de tecnologias ambientalmente amigáveis e práticas contra a discriminação. Entre as ações estiveram o lançamento de campanhas internas para o combate ao machismo e a qualquer tipo de assédio e a criação de um Código de Ética e Conduta da empresa. A Softplan também lançou o Canal de Ética, como um meio de comunicação para orientações e para que sejam denunciadas, de forma anônima ou identificada, qualquer conduta que viole os preceitos éticos e morais estabelecidos pela instituição.

Com essas medidas, a empresa pretende reforçar o compromisso contribuindo para construir um mundo mais igualitário e inclusivo. "Repudiamos qualquer rótulo que segregue as pessoas. Juntos e iguais somos mais fortes para seguir fazendo a diferença na vida das pessoas", destaca Ilson Stabile, diretor executivo da empresa.

A Softplan tem 27 anos de mercado e pouco mais de 1,5 mil colaboradores e foi premiada pelo Great Place to Work como uma das 10 melhores empresas de grande porte para se trabalhar em Santa Catarina em 2017. Leia a revista

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