Recommerce

Hoje em dia é quase impossível ficar sem um aparelho celular ou smartphone, pois serve tanto para fazer uma ligação para um cliente, quanto para se conectar com as redes sociais.

É por causa desta necessidade que o percentual de pessoas com celular avançou no Brasil. Segundo os dados do suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados em 2015 pelo IBGE, o aumento foi de 131,4% (73,9 milhões de pessoas) entre 2005 e 2013. Com tanto aparelho disponível nas mãos da população a questão que fica é: Qual o destino desta tecnologia quando o dono quer trocar por um modelo novo?

Antigamente a resposta era certa: os aparelhos iam para o lixo. Mas hoje, com o todo o debate sobre sustentabilidade, o recommerce tornou-se uma opção para quem deseja se desfazer dos seus smartphones sem prejudicar o meio ambiente e ainda ganhar uma grana extra.

Prática consciente de consumo, o recommerce consiste na troca de produtos usados levando em conta as questões ambientais e revalorização de produtos. Desta forma, ela é diferente do modelo tradicional onde o consumidor compra diretamente de uma marca ou revendedores autorizados.

OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS

Segundo o Gartner a venda de smartphones usados movimentou no ano passado cerca de US$ 7 bilhões, com 56 milhões de unidades vendidas no mundo. E a estimativa é que 120 milhões de aparelhos usados sejam comercializados até 2017 gerando uma receita de US$ 14 bilhões.

Para Amaury Bertaud, fundador e diretor da Recomércio - uma das empresas que trabalham no ramo - a venda de celulares de segunda mão é uma tendência mundial e tem encontrado adeptos também no Brasil. "Tivemos um aumento de 100% de nossos clientes em relação ao início de 2015".
 
Já o sócio fundador da Ziggo, Guilherme Marcondes Macedo, afirma que a atual crise econômica e o aumento do dólar favoreceram o mercado do recommerce "O nosso negócio é um negócio de crise. Oferecemos aparelhos atuais, mais baratos e com garantia". Guilherme informa que desde o começo das operações a empresa já cresceu 35% a cada trimestre.

REVENDA DE CELULARES

Apesar dos benefícios econômicos que a revenda de celulares pode trazer, muitas pessoas ainda têm receio de realizar a comercialização por plataformas online. É o caso da estudante B. G. Ela anunciou seu smartphone em um site de vendas não especializado, no entanto, não achou quem pagasse o valor que estava solicitando. "Também já tentei comprar aparelhos usados, mas desisti, pois, fiquei com receio de o celular vir com defeito ou ser roubado".

As empresas especializadas em revendas destes produtos, no entanto, afirmam que as plataformas trabalham de forma segura e transparente, além de informar aos clientes todo o processo de compra e venda. "Todos os smartphones são totalmente testados, antes de serem vendidos. O recondicionamento do celular obedece a um rigoroso processo que inclui: eliminação sistemática de todos os dados pessoais e teste de todas as funcionalidades do software e hardware", revela Amaury Bertaud.

A comodidade e preço baixo, entretanto, têm feito muitas pessoas procurarem pelos sites especializados para a revenda dos smartphones. O planejador, Anderson Mouzer, comprou um iPhone 5C através de um desses sites e disse que a grande vantagem é o preço bem mais competitivo em relação as lojas convencionais. "O modelo que eu estava interessado custava cerca de R$ 1.500 no comércio tradicional, pela plataforma comprei o aparelho por R$ 1.000 e ele estava em excelentes condições. Veio como novo, inclusive em caixa original e com assessórios".

SUSTENTABILIDADE

Sustentabilidade é a palavra de ordem na atualidade e por isso as empresas de recommerce apostam na promoção desta ideia. "Fundada em 2012, a Ziggo chegou no Brasil com o objetivo de promover o consumo sustentável e o mercado de compra e venda de eletrônicos seminovos" comenta o sócio fundador da Ziggo.

A Recomércio, por sua vez, desenvolveu um ateliê de teste e reaproveitamento de celulares e é responsável pela estruturação da sua oficina de conserto, com compromisso social e solidário. "A Recomércio contribui para a preservação dos recursos naturais e energéticos do planeta, favorecendo a reciclagem e a reutilização. A empresa propõe soluções para recuperar milhões de toneladas de matérias-primas, evitando a extração abusiva e favorecendo a reciclagem do lixo eletrônico" informa Amaury.

 
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