A seção Matéria de capa é apoiada por:

Pesquisa aponta novas perspectivas de emprego pós transformação digital



A Talenses, consultoria de recrutamento especializado, elaborou uma pesquisa em parceria com a Digital House  para analisar a maturidade digital dentro de empresas com atuação no Brasil, nos setores de comércio, serviço e indústria.

O estudo, realizado com 102 companhias de todos os portes, apontou que a indústria ainda é o setor menos digitalizado, com apenas 36% dos respondentes declarando ter um bom nível de organização digital. Em primeiro lugar está o setor de serviços, com 52%, seguido pelo comércio, com 41%. Essa organização digital também é maior em empresas de grande porte, sendo 43,3% delas consideradas organizadas digitalmente.



AS MÉTRICAS QUE APONTAM O HOJE E O FUTURO

Entre as métricas analisadas, estão indicadores que podem apontar novas perspectivas de emprego.  Partindo da constatação de que a demanda por mais profissionais digitais nos três principais setores da economia bate na casa dos 90%, é de se esperar que o número de contratações cresça. Entre os profissionais mais buscados, por ordem de demanda, têm-se:

1. ANALISTA DE DADOS E BI;
2. ANALISTA DE MARKETING DIGITAL;
3. CIENTISTA DE DADOS;
4. ESPECIALISTA EM CUSTOMER EXPERIENCE;
5. UX E UI DESIGNER.


Infelizmente, os dados demonstram cenários não tão animadores em alguns casos. Mesmo com uma alta busca por profissionais digitais em todos os setores, grande parte das empresas não oferece treinamento interno nem bolsas de estudo para o desenvolvimento dos profissionais. O setor que mais pontuou nesse caso foi o de comércio, com 50% das empresas oferecendo treinamento para o desenvolvimento dos profissionais. Entre as companhias que investem em bolsas de estudo para desenvolver o profissional com perfil digital, o comércio permanece em primeiro lugar, com 33%, seguido de serviços, com 30%, e indústria com apenas 26%.

Nota-se uma lacuna grande entre a demanda digital da indústria, que bate os 91%, e sua disposição em treinar a mão de obra (26%), que também não recebe incentivos para capacitação compatíveis com a necessidade.

“A transformação digital é um caminho sem volta. As empresas de diferentes segmentos precisam passar por essa adaptação caso queiram continuar existindo de forma saudável, produtiva e moderna. No entanto, apesar de muitas empresas estarem atentas a esse movimento, já que 88% das companhias entrevistadas afirmaram demandarem profissionais digitais, a capacitação oferecida pelas próprias companhias está aquém do necessário “, diz Luiz Valente, CEO do Talenses Group.



AS ÁREAS DE OURO

Infraestrutura é a área mais avançada digitalmente dentro das empresas, com 57% dos respondentes considerando que ela apresenta um bom nível de digitalização. As piores áreas são Análise de Dados, com 30% e Inteligência Artificial, com 19%. Esses são possíveis espaços com mais demanda de trabalho para os profissionais digitais. E, as áreas da organização que mais demandam a contratação são Tecnologia da Informação (67%), Finanças (64%), Logística (58%), Jurídico (56%). As especializações mais difíceis de recrutar são Direito Digital, User Experience e Dados. Os cargos de profissionais digitais mais difíceis de preencher são: Gerente (65%), Especialista (62%), Coordenador (55%) e Analista Sênior (40%).  Sendo assim, vale a pena investir em carreiras e especializações nos âmbitos citados.





QUEM É O PROFISSIONAL DIGITAL?

As organizações apontam que o profissional digital deve ter as seguintes características: ser inovador, voltado ao aprendizado contínuo e possuir facilidade de adaptação. Vê-se uma mudança de perfil de profissional digital sendo buscado pelas organizações. Antes, o perfil técnico era muito mais levado em consideração do que os aspectos comportamentais. Isso vem mudando, e hoje é importante ser flexível e ter competência para lidar com as constantes transformações empresariais e culturais. As companhias que atuam no Brasil ainda estão se adaptando ao mindset digital. Elas começaram a perceber a necessidade de atualização, principalmente na contratação de profissionais que já apresentem essas características.

“Algumas áreas precisam acelerar sua transformação digital e o RH é uma delas. Esta área precisa estar extremamente conectada com as necessidades da organização para encontrar os profissionais mais adequados, promovendo o papel de agente transformador e corroborando para a evolução digital da empresa”, analisa Luiz Valente, CEO da Talenses.

O QUE SE PODE ESPERAR DO NOVO MINDSET

Hoje o maior desafio das empresas está em atrair os melhores profissionais digitais.  No futuro, com a inflação de vagas deste perfil, o desafio será cada vez mais o de retenção. Treinar e desenvolver certamente são fatores que devem fazer parte desta estratégia. As áreas de RH devem liderar este tema junto as áreas de negócio.

O Brasil, porém, ainda tem um longo caminho a percorrer.

“Se você perguntar para os executivos todos eles dirão que é importante, mas poucos saberão dizer o que é UX ou metodologias ágeis. Todos vão te dizer que mudar a cultura digital é importante, poucos vão te dizer como”, completa Edney Souza, Diretor Acadêmico da Digital House.


  Leia a revista

Carregando...