Ataques cibernéticos já geram mais prejuízo que perdas por desastres naturais

O crescente uso de tecnologias como inteligência artificial, internet das coisas e robótica trouxe inúmeros benefícios para o mercado mundial. Porém, com essas mudanças, empresas ficaram mais expostas às ameaças de ataques de hackers. Os prejuízos no mundo com ataques cibernéticos já geram perdas de US$ 1 trilhão para as empresas, bem acima dos US$ 300 bilhões de perdas com desastres naturais em 2017, segundo relatório Cyber Handbook 2019 da Marsh & McLennan Companies.

Empresas do setor de saúde, instituições financeiras, comunicações, mídia e tecnologia estão entre as mais vulneráveis a ataques e entre as que já foram vítimas de hackers nos últimos 12 meses.

Segundo Javier Duran, Diretor de Risk Management da consultoria de risco e corretora de seguros Marsh Brasil, embora as novas tecnologias tenham potencial para melhorar a produtividade e a eficiência de uma empresa, elas não são implantadas considerando o grau em que podem aumentar a exposição cibernética da empresa. “É preciso mudar a mentalidade de como seria a gestão de risco cibernético. As organizações devem internalizar que não é uma questão de ‘se’, mas ‘quando’ elas irão sofrer um ataque. Isso vai reequilibrar a forma como as empresas investem e alocam seus recursos de gerenciamento de risco cibernético”, afirma.

OS MAIORES ALVOS DE HACKERS

As empresas do setor de saúde são as mais vulneráveis a ataques cibernéticos e 27% relatam já terem sido vítimas de ataques de hackers nos últimos 12 meses. Em segundo lugar estão as instituições financeiras (20%), e em terceiro as empresas de comunicações, mídia e setor de tecnologia (14%). “Os principais riscos para as empresas da área de saúde incluem a exposição dos dados do paciente, exposição compartilhada de dados do sistema e exposição dos funcionários. Em 2017, o ataque global WannaCry teve sucesso em temporariamente desligar sistemas de TI de hospitais em todo o mundo”, diz o executivo. 

Entre os maiores impactos das perdas com ataque cibernético estão a interrupção dos negócios, danos na reputação corporativa e violação de informações dos clientes. Outro ponto que ganhou visibilidade nos comitês executivos é a Lei Geral de Proteção de Dados, que entra em vigor no país em 2020. 

CONTRATAÇÃO DE SEGUROS

Para as instituições financeiras, as ameaças cibernéticas estão em permanente evolução em complexidade e intensidade, mas tecnologias emergentes, como a permissão de blockchains, podem contribuir para a redução do risco e proteger adequadamente os interesses financeiros dos consumidores. Segundo o relatório, estimulado pela onda de ataques e pelas novas regras de proteção de dados, o prêmio anual de seguros cibernéticos cresceu 34% ao ano nos últimos sete anos. “As apólices de seguro cibernético são projetadas para cobrir tanto a perda direta quanto a responsabilidade por um evento cibernético”, explica o Diretor da Marsh, Javier Duran. 

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