Automação industrial: 133 mi de postos de emprego serão criados até 2022

Quase 50% das empresas esperam que a automação leve a alguma redução de sua força de trabalho em tempo integral até 2022. Entretanto, a expectativa para o futuro dos empregos ainda é positiva. A partir de uma nova divisão de trabalho, poderão ser criados, até 2020, 133 milhões de novos postos de trabalho que integram máquinas e humanos. Os dados são do relatório The Future of Jobs, publicado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial.

A chamada quarta revolução industrial ocupou o centro do palco da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, que aconteceu em Davos, a Suíça. O termo é usado por especialistas para referência à chegada de novas tecnologias, como inteligência artificial, automação industrial e a impressão 3D. A questão é que a chegada desta onda está mudando a forma como as nações vivem e trabalham.

PENSAMENTO POSITIVO

Seguindo a linha otimista para a chegada da tecnologia, o levantamento aponta que 38% das empresas pesquisadas esperam estender sua força de trabalho à novas melhorias de produtividade e funções, e mais de um quarto espera que a automação leve à criação de novos papéis em sua empresa. De acordo com o especialista em automação industrial, Marcelo Miranda, o mercado global precisa acompanhar o ritmo das mudanças.

"Empresas, governos e organizações estão lutando para seguir o passo acelerado da implementação tecnológica da indústria 4.0 e não deixar que o Brasil fique para trás nessa revolução, que é a primeira do mundo globalizado. Ao passo que a inteligência artificial irá eliminar alguns empregos, uma nova demanda por novas habilidades humanas está surgindo", analisa o CEO da Accede Automação Industrial.

Cerca de metade dos principais empregos atuais – a maior parte do emprego em todos os setores – permanecem estáveis no período até 2022. Entretanto, o relatório apontou ainda que, de fato, alguns postos de trabalho serão extintos com a chegada da automatização: 75 milhões de empregos poderão ser substituídos. A medida que as relações de emprego mudam, esse número faz com que a exigência intelectual para trabalhadores do futuro seja ainda maior.

"É o momento de focar no aumento do valor econômico por meio de novas atividades, melhorar a qualidade do trabalho tradicional. Como? Aumentando as habilidades de seus funcionários, colocando-os como extraordinários, executando tarefas de alto valor agregado, que precisam ser feitas por trabalhadores humanos", orienta Miranda, que tem experiência de mais de 20 anos no segmento industrial.

4ª REVOLUÇÃO NO BRASIL

No Brasil, a passos tímidos, as empresas têm começado a implementar a 4ª revolução industrial. Atualmente, segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que é ligada ao Ministério da Indústria e Comércio (Mdic), menos de 2% das empresas estão inseridas neste conceito global. Entretanto, a expectativa é positiva, em dez anos, 15% das indústrias de todo o território nacional devem atuar no conceito da indústria 4.0. Leia a revista

Carregando...