Grandes empresas apostam em parcerias bem-sucedidas com startups

Uma pesquisa realizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex) e pela Brazil Ventures (organização que fomenta a criação de fundos de investimento em startups por grandes empresas), feita com 68 presidentes de empresas brasileiras, aponta um interesse das grandes companhias em se aproximar de novos empreendedores. De acordo com os executivos consultados, o principal motivo para investir em startups é desenvolver novos negócios (76%), acelerar o processo de inovação (69%) e buscar por retorno financeiro (31%).

No Brasil, principalmente neste ano de situação econômica mais instável, tem crescido cada vez mais a aposta de grandes empresas em startups que as têm ajudado a otimizar processos e diminuir custos. Atualmente, fazer uma parceria bem-sucedida com uma empresa em ascensão é até mais viável do que utilizar uma solução vinda de outra grande companhia.

Nem a Agência Espacial Americana (NASA) escapou da necessidade de se aliar a outras iniciativas para continuar a crescer. Com tantos projetos em desenvolvimento, a NASA precisa renovar seus talentos constantemente e trabalhar com novas ideias. A solução encontrada pela Agência foi se juntar à Freelancer.com, maior plataforma do mundo de freelancer e crowdsourcing.

A parceria com a Freelancer foi tão bem-sucedida que a instituição já tem até uma página especial no site da plataforma, com vários desafios abertos para o público. O diretor internacional da Freelancer.com, Sebastián Siseles, conta que a aliança com a NASA começou há cerca de um ano e meio e, desde o primeiro contato, a equipe da Freelancer passou a trabalhar em conjunto com a companhia, realizando concursos de ideias, de forma satisfatória.

Para Sebastián, parcerias como estas permitem oferecer aos usuários a oportunidade de trabalhar para organizações de renome, enriquecer o seu portfólio e realizar o sonho de muitos. Como recompensa, ele conta que existem casos concretos de usuários que trabalham de forma independente e de casa e, graças a estes concursos, puderam trabalhar para a NASA. "Quantas pessoas podem acrescentar isso em seu currículo? Não muitas", questiona.

Mas é preciso cautela antes de fazer parcerias com uma grande empresa, pois conflitos podem surgir dessas associações. "O segredo está em entender as necessidades do outro e encontrar soluções que sejam positivas para ambos", aconselha Sebastián. "É muito importante compreender quais são os objetivos da parceria e o que busca cada uma das partes, e como alcançar estes objetivos", lembra o diretor da Freelancer.com.

Vitor de Araújo, fundador e diretor de marketing da Arquivei, acredita que se tratando de parcerias com grandes empresas, a startup precisa entender que ela ganhará visibilidade, o que acarretará um esforço maior da parte dela e tomar cuidado para não ser passado para trás é muito importante. Como conselho, Vitor recomenda um assessoramento jurídico para orientar a startup, principalmente, se for iniciante.

"Quando o parceiro maior parecer estar querendo ganhar muito em cima da sua startup, acenda a luz vermelha e tome cuidado. Exemplos disso são parcerias 'whitelabel', em que sua marca/serviço fica escondida sob a cara personalizada do parceiro - isso pode representar lucro para você, mas não vai fortalecer sua marca. Você deve pensar se faz sentido", adverte.

A Arquivei tem entre parcerias clientes como Lenovo, Heinz, Grupo Fleury, GRSA e BDO. Mas foi com o Mcdonald's que a startup de gerenciamento de notas fiscais experimentou, pela primeira vez, um grande volume de dados. "Eles foram nossos primeiros clientes grandes. Na época, pensávamos em abordar somente micro, pequenas e médias empresas, e o McDonald39s provou que conseguíamos resolver o problema de todos os portes - inclusive dos gigantes", conta o fundador.

MAPA DE EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
Mappedinbrasil.com.br é o nome da plataforma de mapeamento do ecossistema de empreendedorismo do Brasil, lançada pelo Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios (GVcenn) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP). Inédita no Brasil, é a primeira iniciativa a identificar as empresas brasileiras por região, estado, cidade e bairro e por categorias de negócios. São 11 no total: startups, aceleradoras, incubadoras, venture capital, anjos, parque tecnológico, pesquisa e tecnologia, organizações, coworking, serviços e corporate venturing.

"O objetivo da plataforma de crowdsourcing, que já existe em Israel e Holanda, é mapear os ecossistemas empreendedores do país. Em quatro dias de atividade, tivemos mais de 460 cadastros", conta o professor Gilberto Sarfati, responsável pela ideia e pelo desenvolvimento do projeto. Além do raio-X de empreendedorismo no Brasil, o mappedinbrasil permite a interação entre as empresas que fazem parte da plataforma e torna seus negócios visíveis para potenciais investidores estrangeiros. Vagas de trabalho também poderão ser anunciadas pelos empreendedores.

www.mappedinbrasil.com.br Leia a revista
Editorial, 27.ABRIL.2017 | Postado em Startup

Carregando...