A seção Matéria de capa é apoiada por:

Tendências de TI para 2017

A tecnologia está sempre se reinventando, com novidades surgindo a todo momento. E em 2017, não vai ser diferente. Os "gurus" da internet estão atentos e antevendo quais serão as tendências de Tecnologia da Informação (TI) para o ano que se aproxima, com base nas necessidades e no comportamento do mercado consumidor. A SolarWinds, desenvolvedora de software de gerenciamento empresarial, preparou um relatório antecipando as inovações tecnológicas em ascensão. Entre as novidades previstas estão os avanços em cloud computing segurança na rede blockchain mudanças de funções em TI e TI híbrida. "Certamente não temos uma bola de cristal, mas acreditamos que esses palpites são bem seguros. Bem, é pouco do que acreditamos que acontecerá no mundo da TI em 2017", conclui Kong Yang, head geek da empresa e responsável por elaborar o documento.

(01) FaaS
O primeiro da lista é "Funções como serviço (FaaS)". Segundo o head geek da SolarWinds, os provedores de serviço de nuvem líderes do setor apresentaram uma nova forma de trabalhar na nuvem com a FaaS, que permite que os clientes desenvolvam, executem e gerenciem funcionalidades de aplicativos sem a dor de cabeça de arquitetar e supervisionar a infraestrutura de backend. O serviço é usado geralmente para criar aplicativos de microsserviços, cujo objetivo é reduzir a barreira do consumo para linguagens de programação, desacoplando a arquitetura da plataforma e permitindo que profissionais de TI desenvolvam programas para realizar tarefas específicas sem infraestruturas adicionais.

Para o head geek, significa o surgimento de um novo capítulo na computação em nuvem, que sinaliza o ganho contínuo de maturidade do mercado de cloud, desde suas raízes, como infraestrutura como serviço até PaaS, SaaS, FaaS e tecnologias posteriores. "Prevemos que, em 2017, mais serviços especializados, como FaaS, continuarão a proliferar devido à eficiência direcionada, que leva a uma melhor experiência, e a uma estrutura de preços aprimorada. A capacidade de executar quase qualquer tipo de aplicativo ou função, sem nenhuma administração de infraestrutura pelo profissional de TI, é bastante atraente. Novos serviços provavelmente se concentrarão nesses benefícios", afirma.

(02) CONTÊINERES
De acordo com o relatório da SolarWinds, contêineres de empresas como Google, Docker, CoreOS e Joyent continuarão a ser uma importante área de discussão no espaço da computação em nuvem. No ano passado, organizações em todos os principais setores, desde finanças até comércio eletrônico, demonstraram interesse em contêineres como um novo método empolgante de operar a virtualização de sistemas. Entretanto, esse maior conhecimento do setor levou a uma onda de adoção rápida sem a compreensão fundamental das diferenças entre contêineres e máquinas virtuais.

No entanto, o relatório aponta que os contêineres não são substitutos das máquinas virtuais, embora muitos usuários iniciais implementem dessa forma. "Em poucas palavras, um contêiner consiste em todo um ambiente de tempo de execução - um aplicativo, suas dependências, bibliotecas e outros binários e os arquivos de configuração necessários à sua execução - em um único pacote projetado para uso leve e de curto prazo", diz Yang. Ele prevê que, em 2017, os departamentos de TI em geral finalmente compreenderão melhor os conceitos fundamentais da tecnologia de contêiners e como eles podem ser utilizados de forma realista e adequada para operações de TI ao lado da infraestrutura virtual.

(03) VIOLAÇÕES DE DADOS
Parece que nem todas as previsões de TI são positivas. A SolarWinds prevê que, em 2017, haverá aumentos exponenciais no volume e na visibilidade das violações de dados, particularmente para grandes corporações. Em contrapartida, mais empresas também começarão a avaliar o volume e a gravidade desses ataques sobre os dados. "Para combatê-los, prevemos uma nova safra de empresas de segurança de informações ingressando no mercado para fornecer orientação sobre o teste de penetração e outros conhecimentos especializados sobre segurança", avalia o head geek.

Segundo Yang, esse aumento nas violações de dados obrigará as organizações a avaliarem as implicações da possível perda de dados em relação ao gasto de contratar especialistas em segurança. Em muitos casos, em 2017, as empresas escolherão assumir um risco calculado sobre o que podem "se dispor a perder", em vez do que custa evitar totalmente a perda de dados. Essa resposta será especialmente verdadeira no caso de ataques de ransomware, nos quais é quase impossível garantir que os hackers não vazarão ou revelarão os dados roubados, mesmo após terem recebido o pagamento do "resgate".

(04) BLOCKCHAIN
Numa época em que as empresas estão tendo dificuldades em lidar com o gerenciamento e a segurança dos dados, Yang acredita que o blockchain, tecnologia de contabilidade ponto a ponto que começou com o bitcoin, fornecerá uma solução aparentemente perfeita. De acordo com o especialista, os casos de uso de cadeia de fornecimento, por exemplo, estão agora sendo testados e implementados para garantir a segurança e a integridade das informações associadas a esses processos.

Baseados nessa tendência, é que o blockchain ganhará força como palavra da moda e muito mais pesquisas serão direcionadas à tecnologia e à sua funcionalidade, embora seja improvável a possibilidade de implementar prontamente algum novo recurso significativo. "Entretanto, 2017 demonstrará ser muito mais ativo quanto à descoberta pelas empresas de formas de aproveitar a tecnologia de contabilidade de dados, para resolver problemas de gerenciamento de dados", conclui o especialista.

(05) MUDANÇA DAS FUNÇÕES DE TI
O head geek da SolarWinds aposta que as funções de TI tradicionais baseadas em silo, como administradores de rede, armazenamento, sistemas, banco de dados e outros, vão continuar assumindo novas responsabilidades, como o trabalho com provedores de serviço de nuvem em ambientes híbridos, a implementação de novas tecnologias, como contêineres e microsserviços, e a atuação como contato de TI com líderes de negócios.

Isso porque o data center moderno está mais interconectado do que nunca. A capacidade de aprender rapidamente novos conceitos e habilidades de TI será mais importante do que ser especialista em qualquer tecnologia isolada. "Como resultado, os generalistas de TI - que conhecem um pouco de tudo e têm um entendimento holístico da pilha de aplicativos, podendo tomar decisões rápidas e informadas sobre a nova tecnologia - serão particularmente bem-sucedidos em 2017 e nos anos seguintes", aponta o relatório da desenvolvedora.

Mais especificamente, Yang diz que a introdução de novas tecnologias baseadas em máquina ao lado da adoção continuada de uma cultura de DevOps*, que incentiva um departamento de TI não estruturado em silos, exigirão que os profissionais de TI se concentrem no desenvolvimento de novos conjuntos de habilidades e certificações para operar e gerenciar data centers de última geração. Leia:

O ataque das máquinas: A integração das novas tecnologias baseadas em máquinas como bots e inteligência artificial, que buscam automatizar processos básicos e funções de pesquisa, vão exigir a introdução de novos processos de gerenciamento e monitoramento. Para as organizações que escolherem aproveitar essa tecnologia, os profissionais de TI devem determinar não só qual equipe ou administrador precisará ser responsável pela implantação e manutenção dessa tecnologia, mas que padrões de monitoramento devem ser aplicados, quais protocolos de segurança devem ser seguidos e assim por diante.

DevOps: A adoção de DevOps não mostra nenhum sinal de desacelerar em 2017. Para os não iniciados, DevOps é uma cultura e mentalidade direcionada ao desenvolvimento de software em que equipes de desenvolvimento e de operação colaboram, partindo da inteligência na execução de um aplicativo para informar e aprimorar o modo como o aplicativo é construído. Na realidade, espere-se que a cultura de DevOps permeie ainda mais as oficinas de TI à medida que os benefícios de uma abordagem simplificada de solução de problemas, remediação e experiência de usuário final aprimorada sejam cada vez mais procurados.

*DevOps é a reação à interdependência entre desenvolvimento de software e operações de TI, com a pretensão de ajudar organizações a produzirem softwares e serviços rapidamente.

(06) TI HÍBRIDA
O relatório da SolarWinds espera que as empresas reduzam ainda mais as cargas de trabalho localizadas em ambientes no local, movendo muitas cargas de trabalho para nuvem privada dedicada, nuvem privada virtual e provedores de infraestrutura como serviço (IaaS). Para Yang, as taxas de adoção serão ainda maiores nos próximos anos. "Não há dúvida de que a TI híbrida é a realidade para a maioria das organizações hoje e no futuro próximo. E não apenas isso, o próprio centro de tecnologia está se tornando cada vez mais híbrido", comenta o especialista, aconselhando os profissionais de TI a começarem a pensar em gerenciamento em um contexto híbrido.

Na prática, isso significa dizer que, ao migrar a carga de trabalho para a nuvem, a organização pode aliviar seus profissionais de TI da necessidade de gerenciar a infraestrutura diretamente e concentrar novamente os esforços em outros projetos no local. Portanto, a nuvem comprovou ser a melhor plataforma para infraestrutura de área de trabalho virtual (VDI), oferecendo às organizações a flexibilidade e a elasticidade necessárias para provisionamento e remoção do provisionamento de desktops virtuais em massa.

CLOUD COMPUTING COMO TENDÊNCIA EM 2017
Como podemos perceber, o mercado de cloud computing promete muitas revoluções tecnológicas para as empresas brasileiras no próximo ano. Pelo menos, é o que executivo comercial da empresa de tecnologia DBACorp, Julio Mejías, defende. No artigo "O que era ideia 39futurista39 se tornará realidade para muitas empresas brasileiras no próximo ano", Mejías aponta para uma tendência do mercado em migrar para modelos de TI na nuvem. Segundo o executivo, estudos do Gartner apontam que, em 2017, os investimentos das empresas brasileiras em cloud devem chegar a US$4,5 bilhões, e até 2020 devem atingir US$20 bilhões.

De acordo com o profissional, o mundo se tornou digital, exigindo produtos cada dia mais interligados à internet, com rapidez, qualidade e preços competitivos. Em paralelo, hardware e software se tornaram os vilões de gastos em propriedade e manutenção, que só tendem a aumentar drasticamente ano a ano. Isso levou a uma tendência mundial das empresas de migrarem para ambientes em nuvem, nos últimos 5 anos, cujo objetivo é atender a este "mundo novo", de forma nunca vista.

"Esta tendência finalmente se tornou uma realidade no Brasil. Atualmente, devido a pesados investimentos em telecomunicações, a comunicação pela internet, finalmente, deixou de ser um fantasma e a oferta de ambientes na nuvem, de forma massificada por empresas multinacionais e nacionais, tornou a oferta de mercado viável financeiramente", assegura Meíjas. Para ele, a segurança e a confiabilidade dos ambientes de TI na nuvem são um fato e permitem essa transformação no cenário.

O executivo comercial da empresa de tecnologia insiste que os investimentos em verdadeiras cidades de concreto, que contêm um dos mais modernos hardwares existentes, com avançados sistemas de segurança virtual e física, são construções que, espalhadas pelo mundo, garantem a realidade da cloud computing. "Ambientes que as empresas jamais conseguiriam adquirir e manter, agora são compartilhados com segurança, redundância e manutenção a um custo dividido. Baseados nestes ambientes, assistimos ao crescimento desmensurado de redes sociais, softwares para comunicação, notícias do mundo inteiro em tempo real, jogos on-line, e, recentemente, até bancos totalmente digitais sem agências", conclui.

TENDÊNCIAS DO SETOR DIGITAL PARA 2017
O marketing digital também não fica de fora das novidades de TI para o próximo ano. Alinhado aos sites de e-commerce, essa esfera da tecnologia deve seguir as exigências do mercado high-tech, se reinventando mais uma vez. Segundo o diretor de inovação da startup ABlab, Ricardo Martins, aproximadamente 94% das empresas mantiveram ou aumentaram o investimento no marketing digital em 2016, como um reflexo no aumento no número de visitantes aos sites e e-commerces, sem levar em consideração o crescente engajamento que as redes sociais proporcionaram aos internautas.

"O digital não se restringe apenas às redes sociais, tudo que engloba nosso mundo, atualmente, está ligado ao digital. Seja à conta do Facebook, à transação bancária, ao mercado de delivery e assim por diante. Estamos na era do micro-moment e das decisões imediatas, e, a cada ano, as mudanças serão mais recorrentes", argumenta Martins. Segundo o diretor da ABlab, levar novos usuários ao site e convertê-los em clientes é um desafio para muitas empresas, e ainda mais difícil com a imprevisibilidade do mercado atual, em que novas tecnologias e maneiras de fazer negócio surgem a todo instante.

O diretor da startup aponta a pesquisa do The CMO Survey, de 2015, realizada com diretores de marketing dos EUA, como parâmetro para mostrar que os investimentos em marketing digital vão triplicar até 2018, e afirma que o Brasil seguirá a mesma tendência. Para ele, as métricas desenvolvidas no digital mudam com o passar dos anos, porém, algumas mecânicas nunca mudam, mas passam por adaptações conforme a necessidade de atingir determinado público. Após analisar os dados de demanda e resultado obtido nas agências que passou, Martins chegou a oito regras de maximização de performance para o setor se guiar no próximo ano. Veja:

(CRM FOCADO NA ANÁLISE DE DADOS REAL TIME DO CLIENTE) Tratar o relacionamento do cliente com dados real time com objetivo de impactar no canal, mensagem e momento de iniciar a comunicação junto ao público-alvo.

(PAGAMENTO TRANSPARENTE) Um dos maiores diferenciais do Uber foi sempre promover o pagamento como uma necessidade interativa e ser algo transparente ao cliente. Isso passa credibilidade para o possível cliente, independente do serviço.

(CAMPANHAS DE INTEGRAÇÃO OFF-LINE E ON-LINE) Adquirir dados do consumidor deve ser a prioridade da empresa, não importa o meio. As novas campanhas off-line migram para o cenário digital e, cada vez mais, deverão trazer resultados e princípios destinados ao setor.

(CHATBOTS OU CHATTERBOT) Os bots devem ser a nova moda. Ao invés de brigar pelo espaço com outros app39s, veremos muitos bots de conversação espalhados no mercado. O ChatBots é um programa de computador que simula um ser humano na conversação com as pessoas.

(MACHINE LEARNING) Usar dados e redes neurais para automatizar algoritmos.

(WEREABLES) Se a integração entre on e off está cada vez mais eminente, os devices como Apple Watch, Samsung Clock e Nike Run devem crescer, já que eles são grandes pontes entre os canais.

(INTEGRAÇÃO DE MEIOS DE PAGAMENTOS) O Avanço das fintechs deve levar a unificação dos meios de pagamentos como, por exemplo, pagar uma conta com o seu celular.

(SERVIÇOS COMO PRODUTOS) Os melhores exemplos são Netflix e Spotify, eles descontruíram o conceito de comprar música e filme como produtos e transformaram o comportamento do consumidor em serviços. Leia a revista

Carregando...