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Investir em governança em TI é indispensável para os negócios

Alinhar a Tecnologia de Informação ao negócio resume bem o que é governança de TI. Embora pareça simples, esse recente conceito de gestão envolve diversos processos, tecnologia e pessoas, o que o torna complexo. Para facilitar, basta entender que sem o emprego dessa metodologia, atualmente, alcançar bons resultados na administração de uma empresa torna-se um trabalho hercúleo, dado à sua relevância.
Assim, abrir mão da governança de TI é o mesmo que provocar impactos extremamente negativos ao negócio, a exemplo da indisponibilidade de serviço, do ambiente de negócio com baixa capacidade para administrar problemas e riscos, além de operações descontinuadas - ingredientes perfeitos para o insucesso empresarial. Diferentemente da governança corporativa, que separa o conselho (acionistas) da gestão (CEO), a governança de TI é de responsabilidade da alta administração, mas quem a faz acontecer é o diretor de TI (CIO). Conforme o Doutor Manoel Veras, que é professor e consultor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a importância da execução desse conceito nas empresas é muito grande. "O alinhamento, a base da governança de TI permite aperfeiçoar o uso dos recursos e a priorização dos investimentos e projetos", afirma ele.

MERCADO IMOBILIÁRIO AMERICANO
Um dos fatores que impulsionou o surgimento dessa definição foi a crise do mercado imobiliário americano e a queda das ações de importantes operadoras de empréstimos de Wall Street. Com isso, ocorreu uma falta de confiança dos números contábeis de instituições financeiras. Essa desconfiança sobre a segurança nos investimentos funcionou como mola propulsora para uma reação na gestão das empresas, e fez surgir o mercado de Governança Corporativa, base para a governança de TI. Isso gerou a necessidade de boas práticas em gestão de recursos, redução de custos e, principalmente, a promoção da confiabilidade nos negócios por meio da minimização dos riscos corporativos e, hoje, é indispensável a qualquer organização.
Essencialmente, a TI se apropria do conceito de governança para desenvolver o alinhamento da gestão e conferir a confiabilidade dos negócios, uma necessidade empresarial. Para a especialista em Governança de TI pela CESAR EDU, Ioná Leite Mota, que atua como Gerente de Projetos e Programas do Tribunal de Justiça de Pernambuco, a crescente exigência do mercado por transparência e confiabilidade, assim como as melhorias em Governança de TI e Gestão de Riscos e Conformidade (GRC), representam o diferencial competitivo das corporações. "Os profissionais de TI, através do uso das práticas de Governança, podem contribuir para o crescimento das empresas, inclusive com abertura de novos mercados. A capacitação nessa área, na região Nordeste, por exemplo, está em pleno crescimento. Hoje, diversas certificações ajudam na formação dessa mão de obra, como a certificação COBIT focada em governança e gestão da TI, a do ITIL, focada em gestão de serviços de TI e a certificação PMP para gestão de projetos. O profissional Governança de TI se envolve desde o Planejamento Estratégico Empresarial com a definição das intenções estratégicas até a excelência da gestão de projetos e serviços de TI. Ele deve atuar principalmente sobre o alinhamento das necessidades do negócio para estimular os comportamentos desejáveis na utilização dos recursos de tecnologia", avalia Mota.
 
CURSOS SUPERIORES
Não à toa que a procura por profissionais de TI com qualificação nessa área aumentou. A necessidade das empresas na gestão de riscos e conformidades é cada vez mais urgente. Há muitos anos que a TI se tornou espinha dorsal, segundo o mestrando Alex Prado de Oliveira, para o negócio de muitas empresas. "É, sem dúvida, um diferencial de competitivo. Os processos de TI de uma empresa precisam ser eficientes e seguros, além disso, deve atender a mecanismos regulatórios e legislação vigente", observa ele que atua no estado de Sergipe como consultor em governança e contratos em TI. De acordo com Mota, os profissionais que atuam na área de Governança de TI dão suporte à aplicação de mecanismos de apoio à gestão, a exemplo da arquitetura e infraestrutura de TI, além de investimentos e priorizações. Apesar de ter origem na Governança Corporativa, elas não se confundem. "A Governança de TI tem foco da direção e monitoramento das práticas de gestão e uso da TI na organização. É considerada um facilitador para a Governança Corporativa", completa.

FALTA DE RECURSOS
Mesmo que o mercado já tenha entendido, a necessidade da governança de TI para a manutenção da "saúde" da empresa, um problema desafiador, frequentemente enfrentado por especialistas na área é a falta de recursos voltados para a gestão. Em momento de crise econômica e poucos recursos, alguns setores, especialmente o de gestão em TI, são preteridos e sofrem com a perda de investimentos. "Não dá para fazer mágica. Por mais que se tenha boa vontade e conhecimento na área, é preciso de investimento, além do conhecimento de quem implanta o conceito de gestão, é evidente. Mas o que tem ocorrido muito dentro das empresas é que encontramos profissionais com pouca especialização e empresários cortando custos de onde não devem, como o setor de TI, por exemplo. Dessa forma, é inevitável que ocorra a "desgovernança", que leva à perda de dados e à falta de segurança do sistema, que acarretam em fraudes, entre tantas outras possibilidades negativas para os negócios", constata o especialista em gestão de risco Rogério Garcia, que ainda afirma: "a governança de TI tem que existir tanto em órgãos privados como em públicos, inclusive nos públicos é de fundamental importância para que se preserve a segurança das informações". Leia a revista

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